Desde a bienal do livro de 2012 em São Paulo eu fiquei louca pra ler esse livro e, finalmente, em março (faz um tempinho, eu sei) consegui pegar e terminar de ler. Foi totalmente fora do contexto que eu tinha imaginado. Foi terrível. Foi fascinante.
Shirley Harrison, autora do livro, conta como o suposto diário de James Maybrick foi parar em suas mãos. E, como supostamente, James Maybrick, um comerciante de algodão, se transformou em Jack, o Estripador.
O livro O Diário de Jack o Estripador nos apresenta a trajetória de vida e morte de James Maybrick, com os relatos conseguidos por meio de pesquisas, de seu nascimento, sua infância, adolescência, e como homem, até seus últimos dias de vida em 1889 aos olhos de todos que o conheciam. E apresenta um suposto lado oculto que nem a pessoa mais próxima dele poderia conhecer ou imaginar. No final do diário Maybrick assina como ele sendo Jack, o estripador. O leitor decide se acredita ou não.
Sua morte acabou por sendo um escândalo naquela época, pois sua jovem esposa, Florence Maybrick, foi acusada de assassina-lo com arsênico, de um jeito um tanto conspiratório contra ela, já que a causa da morte dele acabou tendo várias controvérsias entre os peritos. Florie ficou presa durante 15 anos antes der liberada.
O livro conta com 19 anos de pesquisa que tendem a comprovar a genuinidade do Diário, as pesquisas incansáveis pela autora para comprovarem sua autenticidade e os incontáveis testes das datas das páginas e da tinta utilizada, da encadernação e análises psicológicas da escrita do diário. Uma coisa que eu gostei muito foi que, além da narração e dos relatos das pesquisas que podem comprovar a autenticidade do diário, a autora resolveu adicionar alguns fatos que mostram exatamente o reverso, e assim provando que sua opinião pode ser a mais próxima da verdade.
Não é mais um livro de ficção, é mais como uma biografia que uma escritora está tentando contar de um homem perturbado por seus vícios e que poderia ter tido uma vida dupla.
O enredo é fascinante e a escrita, apesar de complicada, é irresistivelmente interessante.
Não é uma leitura fácil e muito menos leve. Requer extrema concentração e o tema abordado é pesado e chocante. Tive que estar sempre atenta as palavras, junto com um dicionário e um meio de tecnologia moderna para pesquisas rápidas. Tive que aprender o que eram técnicas forense, grafologia, hipocondríaco e outras para não me manter tão perdida.
Significado das palavras citadas acima:
Forense: Adjetivo correlato aos foros judiciais; o que se utiliza no foro ou nos tribunais. Em inglês, diz-se forensics, com “s” no final, e denomina, na maioria das vezes, o uso da ciência e da tecnologia para a reconstituição e obtenção de provas de crimes (forensic science, ou ciência forense).
Grafologia: O significado da grafologia, em um sentido amplo, é o estudo e a análise da escrita, do grego graphos, escrita e logos, estudo ou tratado. Você é o que você escreve.
Hipocondríaco: Hipocondríaco, uma pessoa que se preocupa em demasia, e sem necessidade, com a saúde, o hipocondríaco em muitos casos se sente melhor ao tomar uma série de remédios para se dopar, achando assim, estar livre das supostas doenças, muitos relatam que ficam até felizes ao tomar os remédios.
Nas ultimas páginas contamos com um Fac-símile traduzido da cópia do diário, mapas de Londres, de onde James morava, se movimentava, dos locais dos assassinatos, e fotos dos principais personagens dessa história fatal, e os rostos de cinco vítimas do estripador hora da morte e o estado em que os cadáveres foram encontrados, esboços do injusto julgamento de Florie e as fontes de pesquisa que originou o livro.
O livro é realmente convincente, cheio de provas incontestáveis que mostram que James Maybrick pode mesmo ter sido o lendário assassino Jack, o estripador. Entretanto, existem muitos outros suspeitos nos assassinatos que marcaram Whitechapel. Como eu já havia dito antes, cabe ao leitor decidir se acredita ou não.
Beijinhos...
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